sexta-feira, 30 de março de 2012

Slides Física 2 e 3

Os slides da matéria de física 2 e 3 estão disponíveis na guia de DOWNLOAD, ou nos links abaixo aproveitem.


http://www.4shared.com/office/J8KHHc9u/INTRODUCAO_OPTICA_POWER_POINT.html
http://www.4shared.com/file/ZqZvcckn/CIRCUITOS_ELTRICOS.html
http://www.4shared.com/file/BX653dtQ/3_ANO_ESP_ESFRICOS.html

domingo, 25 de março de 2012

IUPAC e a Tabela Periódica

Em uma das matérias postadas pelo site http://science.howstuffworks.com, mais precisamente no link (http://science.howstuffworks.com/periodic-table5.htm) intitulada,  How the Periodic Table Works (Como funciona a Tabela Periódica), explana acerca da IUPAC, e seus métodos para determinar quais elementos são oficiais ou não na confecção da tabela periódica (segue abaixo a matéria traduzida do inglês):

A União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC) supervisiona a tabela periódica dos elementos, que, a partir de novembro de 2011, foi de 112 elementos oficialmente nomeados, como seaborgio e potássio idade regular.

Um elemento oficial é aquele que foi reivindicado ter sido descoberta, a descoberta foi verificada eo elemento foi nomeado. Um elemento não oficial é aquele que alegou ter sido descoberto, mas o pedido não tenha sido verificada, de modo que o elemento não foi nomeado. Um dos elementos mais recentes de reclamar fama na tabela periódica foi roentgenium, que foi descoberto em dezembro de 1994 e nomeado após Wilhelm Roentgen, o cientista por trás de raios-X.

Os últimos elementos a serem descobertos tinham números atômicos de 112, 114, 116 e 118. Eles são oficialmente chamados un-un-bium (Uub), un-un-quadium (Uuq), un-un-hexium (Uuh) e un-un-octium (UUO), respectivamente - grego para os números atômicos destes elementos.

Há pontos na tabela periódica de elementos com número atômico 115 e 117, mas esses elementos não foram descobertos, bem como lacunas Mendeleyev esquerda em sua tabela para elementos que não tinha aparecido ainda.Claro, nada em ciência é estática, por isso é sempre bom verificar com IUPAC se você não tiver certeza sobre se um elemento é oficial ou não.


Un-un-quadium não é exatamente sair da língua, portanto, como um elemento obter um novo título e alcançar o status de oficial? E existem quaisquer restrições de nomeação?É um elemento de batismo depois de um animal de estimação amado estritamente desaprovada, mas depois de uma cidade ou local de laboratório aceites?



Lembre-se que os novos elementos radioativos são todas que são feitas em aceleradores de partículas e têm vida curta antes de decair em outro elemento. Além disso, qualquer novo elemento descoberto deve ter um tempo de vida maior do que 10-14 segundos. Duas dificuldades existem para confirmar estes novos elementos: Primeiro, eles não são produzidos em grandes quantidades e, segundo, eles não duram muito tempo. Isso significa que é uma estrada longa, difícil de verificar a alegação de que um novo elemento foi descoberto. Mas o procedimento para nomear um elemento é como se segue:


  • A alegação de que um novo elemento foi encontrado deve ser publicado na literatura científica.
  • IUPAC analisa o crédito a quem o descobriu (muitas vezes os laboratórios concorrentes afirmam descobertas de novos elementos), se as experiências são válidas e se ele atende aos critérios de um novo elemento. IUPAC publica sua análise em seu jornal oficial Química Pura e Aplicada em que estabelece que descobriu o elemento e como ele foi feito.
  • O elemento tem um nome provisório grego e quadrado na tabela periódica.
  • IUPAC convida os descobridores creditados a apresentar um nome e símbolo para o novo elemento desenhado a partir de um conceito mitológico, mineral, país ou lugar, a propriedade ou cientista.
  • A proposta é publicamente revista, normalmente por cientistas neutros.
  • IUPAC toma a decisão final.
  • IUPAC publica o nome de Química Pura e Aplicada e adiciona à tabela periódica.
Muitas pessoas têm feito representações diferentes da tabela periódica, tais como formas espirais, formas 3-D, até mesmo uma "tabela periódica dos elefantes" bem-humorado que caracteriza um elefante dos desenhos animados um pouco diferente sobre os elementos.

Para maiores informações acerca do tema acima, copie e cole os links abaixo na sua barra de navegador, bons estudos:

  • http://www.ecientificocultural.com/ECC2/artigos/maog.htm 
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Unun%C3%B3ctio 
  • http://www.chemicalaid.com/ 
  • http://www.webelements.com/ununoctium/ 
  • http://prc.aps.org/abstract/PRC/v74/i4/e044602 
  • http://science.howstuffworks.com/periodic-table5.htm 

terça-feira, 20 de março de 2012

"Eletrônicos duram 10 anos; livros, 5 séculos" (Umberto Eco)


Umberto Eco assina novo trabalho em parceria com o roteirista francês Jean-Claude Carrière.

umberto eco wideweb  470x3140 [Papo Cabeça] Eletrônicos duram 10 anos; livros, 5 séculos’ (Umberto Eco)

Ensaísta e escritor italiano fala em entrevista exclusiva de seu novo trabalho, ‘Não Contem com o Fim do Livro’

MILÃO – O bom humor parece ser a principal característica do semiólogo, ensaísta e escritor italiano Umberto Eco. Se não, é a mais evidente. Ao pasmado visitante, boquiaberto diante de sua coleção de 30 mil volumes guardados em seu escritório/residência em Milão, ele tem duas respostas prontas quando é indagado se leu toda aquela vastidão de papel. “Não. Esses livros são apenas os que devo ler na semana que vem. Os que já li estão na universidade” – é a sua preferida. “Não li nenhum”, começa a segunda. “Se não, por que os guardaria?”
Na verdade, a coleção é maior, beira os 50 mil volumes, pois os demais estão em outra casa, no interior da Itália. E é justamente tal paixão pela obra em papel que convenceu Eco a aceitar o convite de um colega francês, Jean-Phillippe de Tonac, para, ao lado de outro incorrigível bibliófilo, o escritor e roteirista Jean-Claude Carrière, discutir a perenidade do livro tradicional. Foram esses encontros (“muito informais, à beira da piscina e regados com bons uísques”, informa Umberto Eco) que resultaram em Não Contem Com o Fim do Livro, que a editora Record lança na segunda quinzena de abril.
A conclusão é óbvia: tal qual a roda, o livro é uma invenção consolidada, a ponto de as revoluções tecnológicas, anunciadas ou temidas, não terem como detê-lo. Qualquer dúvida é sanada ao se visitar o recanto milanês de Eco, como fez o Estado na última quarta-feira. Localizado diante do Castelo Sforzesco, o apartamento – naquele dia soprado por temperaturas baixíssimas, a neve pesada insistindo em embranquecer a formidável paisagem que se avista de sua sacada – encontra-se em um andar onde antes fora um pequeno hotel. “Se eram pouco funcionais para os hóspedes, os longos corredores são ótimos para mim pois estendo aí minhas estantes”, comenta o escritor, com indisfarçável prazer, ao apontar uma linha reta de prateleiras repletas que não parecem ter fim. Os antigos quartos? Transformaram-se em escritórios, dormitórios, sala de jantar, etc. O mais desejado, no entanto, é fechado a chave, climatizado e com uma janela que veda a luz solar: lá estão as raridades, obras produzidas há séculos, verdadeiros tesouros. Isso mesmo: tesouros de papel.
Conhecido tanto pela obra acadêmica (é professor aposentado de semiótica, mas ainda permanece na ativa na Faculdade de Bolonha) como pelos romances (O Nome da Rosa, publicado em 1980, tornou-se um best-seller mundial), Eco é um colecionador nato; além de livros, gosta também de selos, cartões-postais, rolhas de champanhe. Na sala de seu apartamento, estantes de vidro expõem tantos os livros raros – que, no momento, lideram sua preferência – como conchas, pedras, pedaços de madeira. As paredes expõem quadros que Eco arrematou nas visitas que fez a vários países ou que simplesmente ganhou de amigos – caso de Mário Schenberg (1914-1990), físico, político e crítico de arte brasileiro, de quem o escritor guarda as melhores recordações.
Aos 78 anos, Eco – que tem relançado no País Arte e Beleza na Estética Medieval (Record, 368 págs., R$ 47,90, tradução de Mario Sabino) – exibe uma impressionante vitalidade. Diverte-se com todo tipo de cinema (ao lado de seu aparelho de DVD repousa uma cópia da animação Ratatouille), mantém contato com seus alunos em Bolonha, escreve artigos para jornais e revistas e aceita convites para organizar exposições, como a que o transformou, no ano passado, em curador, no Museu do Louvre, em Paris. Lá, o autor teve o privilégio de passear sozinho pelos corredores do antigo palácio real francês nos dias em que o museu está fechado. E, como um moleque levado, aproveitou para alisar o bumbum da Vênus de Milo. Foi com esse mesmo espírito bem-humorado que Eco – envergando um elegante terno azul-marinho, que uma revolta gravata da mesma cor tratava de desalinhar; o rosto sem a característica barba grisalha (raspada religiosamente a cada 20 anos e, da última vez, em 2009, também porque o resistente bigode preto o fazia parecer Gengis Khan nas fotos) – conversou com a reportagem do Sabático.
O livro não está condenado, como apregoam os adoradores das novas tecnologias?
O desaparecimento do livro é uma obsessão de jornalistas, que me perguntam isso há 15 anos. Mesmo eu tendo escrito um artigo sobre o tema, continua o questionamento. O livro, para mim, é como uma colher, um machado, uma tesoura, esse tipo de objeto que, uma vez inventado, não muda jamais. Continua o mesmo e é difícil de ser substituído. O livro ainda é o meio mais fácil de transportar informação. Os eletrônicos chegaram, mas percebemos que sua vida útil não passa de dez anos. Afinal, ciência significa fazer novas experiências. Assim, quem poderia afirmar, anos atrás, que não teríamos hoje computadores capazes de ler os antigos disquetes? E que, ao contrário, temos livros que sobrevivem há mais de cinco séculos? Conversei recentemente com o diretor da Biblioteca Nacional de Paris, que me disse ter escaneado praticamente todo o seu acervo, mas manteve o original em papel, como medida de segurança.
Qual a diferença entre o conteúdo disponível na internet e o de uma enorme biblioteca?
A diferença básica é que uma biblioteca é como a memória humana, cuja função não é apenas a de conservar, mas também a de filtrar – muito embora Jorge Luis Borges, em seu livro Ficções, tenha criado um personagem, Funes, cuja capacidade de memória era infinita. Já a internet é como esse personagem do escritor argentino, incapaz de selecionar o que interessa – é possível encontrar lá tanto a Bíblia como Mein Kampf, de Hitler. Esse é o problema básico da internet: depende da capacidade de quem a consulta. Sou capaz de distinguir os sites confiáveis de filosofia, mas não os de física. Imagine então um estudante fazendo uma pesquisa sobre a 2.ª Guerra Mundial: será ele capaz de escolher o site correto? É trágico, um problema para o futuro, pois não existe ainda uma ciência para resolver isso. Depende apenas da vivência pessoal. Esse será o problema crucial da educação nos próximos anos.
Não é possível prever o futuro da internet?
Não para mim. Quando comecei a usá-la, nos anos 1980, eu era obrigado a colocar disquetes, rodar programas. Hoje, basta apertar um botão. Eu não imaginava isso naquela época. Talvez, no futuro, o homem não precise escrever no computador, apenas falar e seu comando de voz será reconhecido. Ou seja, trocará o teclado pela voz. Mas realmente não sei.
Como a crescente velocidade de processar dados de um computador poderá influenciar a forma como absorvemos informação?
O cérebro humano é adaptável às necessidades. Eu me sinto bem em um carro em alta velocidade, mas meu avô ficava apavorado. Já meu neto consegue informações com mais facilidade no computador do que eu. Não podemos prever até que ponto nosso cérebro terá capacidade para entender e absorver novas informações. Até porque uma evolução física também é necessária. Atualmente, poucos conseguem viajar longas distâncias – de Paris a Nova York, por exemplo – sem sentir o desconforto do jet lag. Mas quem sabe meu neto não poderá fazer esse trajeto no futuro em meia hora e se sentir bem?
É possível existir contracultura na internet?
Sim, com certeza, e ela pode se manifestar tanto de forma revolucionária como conservadora. Veja o que acontece na China, onde a internet é um meio pelo qual é possível se manifestar e reagir contra a censura política. Enquanto aqui as pessoas gastam horas batendo papo, na China é a única forma de se manter contato com o restante do mundo.
Em um determinado trecho de ‘Não Contem Com o Fim do Livro’, o senhor e Jean-Claude Carrière discutem a função e preservação da memória – que, como se fosse um músculo, precisa ser exercitada para não atrofiar.
De fato, é importantíssimo esse tipo de exercício, pois estamos perdendo a memória histórica. Minha geração sabia tudo sobre o passado. Eu posso detalhar sobre o que se passava na Itália 20 anos antes do meu nascimento. Se você perguntar hoje para um aluno, ele certamente não saberá nada sobre como era o país duas décadas antes de seu nascimento, pois basta dar um clique no computador para obter essa informação. Lembro que, na escola, eu era obrigado a decorar dez versos por dia. Naquele tempo, eu achava uma inutilidade, mas hoje reconheço sua importância. A cultura alfabética cedeu espaço para as fontes visuais, para os computadores que exigem leitura em alta velocidade. Assim, ao mesmo tempo que aprimora uma habilidade, a evolução põe em risco outra, como a memória. Lembro-me de uma maravilhosa história de ficção científica escrita por Isaac Asimov, nos anos 1950. É sobre uma civilização do futuro em que as máquinas fazem tudo, inclusive as mais simples contas de multiplicar. De repente, o mundo entra em guerra, acontece um tremendo blecaute e nenhuma máquina funciona mais. Instala-se o caos até que se descobre um homem do Tennessee que ainda sabe fazer contas de cabeça. Mas, em vez de representar uma salvação, ele se torna uma arma poderosa e é disputado por todos os governos – até ser capturado pelo Pentágono por causa do perigo que representa (risos). Não é maravilhoso?
No livro, o senhor e Carrière comentam sobre como a falta de leitura de alguns líderes influenciou suas errôneas decisões.
Sim, escrevi muito sobre informação cultural, algo que vem marcando a atual cultura americana que parece questionar a validade de se conhecer o passado. Veja um exemplo: se você ler a história sobre as guerras da Rússia contra o Afeganistão no século 19, vai descobrir que já era difícil combater uma civilização que conhece todos os segredos de se esconder nas montanhas. Bem, o presidente George Bush, o pai, provavelmente não leu nenhuma obra dessa natureza antes de iniciar a guerra nos anos 1990. Da mesma forma que Hitler devia desconhecer os relatos de Napoleão sobre a impossibilidade de se viajar para Moscou por terra, vindo da Europa Ocidental, antes da chegada do inverno. Por outro lado, o também presidente americano Roosevelt, durante a 2.ª Guerra, encomendou um detalhado estudo sobre o comportamento dos japoneses para Ruth Benedict, que escreveu um brilhante livro de antropologia cultural, O Crisântemo e a Espada. De uma certa forma, esse livro ajudou os americanos a evitar erros imperdoáveis de conduta com os japoneses, antes e depois da guerra. Conhecer o passado é importante para traçar o futuro.
Diversos historiadores apontam os ataques terroristas contra os americanos em 11 de setembro de 2001 como definidores de um novo curso para a humanidade. O senhor pensa da mesma forma?
Foi algo realmente modificador. Na primeira guerra americana contra o Iraque, sob o governo de Bush pai, havia um confronto direto: a imprensa estava lá e presenciava os combates, as perdas humanas, as conquistas de território. Depois, em setembro de 2001, se percebeu que a guerra perdera a essência de confronto humano direto – o inimigo transformara-se no terrorismo, que podia se personificar em uma nação ou mesmo nos vizinhos do apartamento ao lado. Deixou de ser uma guerra travada por soldados e passou para as mãos dos agentes secretos. Ao mesmo tempo, a guerra globalizou-se; todos podem acompanhá-la pela televisão, pela internet. Há discussões generalizadas sobre o assunto.
Falando agora sobre sua biblioteca, é verdade que ela conta com 50 mil volumes?
Sim, de uma forma geral. Nesse apartamento em Milão, estão apenas 30 mil – o restante está no interior da Itália, onde tenho outra casa. Mas sempre me desfaço de algumas centenas, pois, como disse antes, é preciso fazer uma filtragem.
Por que o senhor impediu sua secretária de catalogá-los?
Porque a forma como você organiza seus livros depende da sua necessidade atual. Tenho um amigo que mantém os seus em ordem alfabética de autores, o que é absolutamente estúpido, pois a obra de um historiador francês vai estar em uma estante e a de outro em um lugar diferente. Eu tenho aqui literatura contemporânea separada por ordem alfabética de países. Já a não contemporânea está dividida por séculos e pelo tipo de arte. Mas, às vezes, um determinado livro pode tanto ser considerado por mim como filosófico ou de estética da arte; depende do motivo da minha pesquisa. Assim, reorganizo minha biblioteca segundo meus critérios e somente eu, e não uma secretária, pode fazer isso. Claro que, com um acervo desse tamanho, não é fácil saber onde está cada livro. Meu método facilita, eu tenho boa memória, mas, se algum idiota da família retira alguma obra de um lugar e a coloca em outro, esse livro está perdido para sempre. É melhor comprar outro exemplar (risos).
Um estudioso que também é seu amigo, Marshall Blonsky, escreveu certa vez que existe de um lado Umberto, o famoso romancista, e de outro Eco, professor de semiótica.
E ambos sou eu (risos). Quando escrevo romances, procuro não pensar em minhas pesquisas acadêmicas – por isso, tiro férias. Mesmo assim, leitores e críticos traçam diversas conexões, o que não discuto. Lembro de que, quando escrevia O Pêndulo de Foucault, fiz diversas pesquisas sobre ciência oculta até que, em um determinado momento, elas atingiram tal envergadura que temi uma teorização exagerada no romance. Então, transformei todo o material em um curso sobre ciência oculta, o que foi muito bem-feito.
Por falar em ‘O Pêndulo de Foucault’, comenta-se que o senhor antecipou em muito tempo O Código de Da Vinci, de Dan Brown.
Quem leu meu livro sabe que é verdade. Mas, enquanto são os meus personagens que levam a sério esse ocultismo barato, Dan Brown é quem leva isso a sério e tenta convencer os leitores de que realmente é um assunto a ser considerado. Ou seja, fez uma bela maquiagem. Fomos apresentados neste ano em uma première do Teatro Scala e ele assim se apresentou: “O senhor não me admira, mas eu gosto de seus livros.” Respondi: Não é que eu não goste de você – afinal, eu criei você (risos).
Em seu mais conhecido romance, O Nome da Rosa, há um momento em que se discute se Jesus chegou a sorrir. É possível pensar em senso de humor quando se trata de Deus?
De acordo com Baudelaire, é o Diabo quem tem mais senso de humor (risos). E, se Deus realmente é bem-humorado, é possível entender por que certos homens poderosos agem de determinada maneira. E se ainda a vida é como uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, como Shakespeare apregoa em Macbeth, é preciso ainda mais senso de humor para entender a trajetória da humanidade.
Como foi a exposição no Museu do Louvre, em Paris, da qual o senhor foi curador, no ano passado?
Há quatro anos, o museu reserva um mês para um convidado (Toni Morrison foi escolhida certa vez) organizar o que bem entender. Então, me convidaram e eu respondi que queria fazer algo sobre listas. “Por quê?”, perguntaram. Ora, sempre usei muitas listas em meus romances – até pensei em escrever um ensaio sobre esse hábito. Bem, quando se fala em listas na cultura, normalmente se pensa em literatura. Mas, como se trata de um museu, decidi elaborar uma lista visual e musical, essa sugerida pela direção do Louvre. Assim, tive o privilégio (que não foi oferecido a Dan Brown) de visitar o museu vazio, às terças-feiras, quando está fechado. E pude tocar a bunda da Vênus de Milo (risos) e admirar a Mona Lisa a apenas 20 centímetros de distância.
O senhor esteve duas vezes no Brasil, em 1966 e 1979. Que recordações guarda dessas visitas?
Muitas. A primeira, em São Paulo, onde dei algumas aulas na Faculdade de Arquitetura (da USP), que originaram o livro A Estrutura Ausente. Já na segunda fui acompanhado da família e viajamos de Manaus a Curitiba. Foi maravilhoso. Lembro-me de meu editor na época pedindo para eu ficar para o carnaval e assistir ao desfile das escolas de samba de camarote, o que não pude atender. E também me recordo de imagens fortes, como a da moça que cai em transe em um terreiro (para o qual fui levado por Mario Schenberg) e que reproduzo em O Pêndulo de Foucault.

Ubiratan Brasil, para o Caderno 2 do Estadão. Extraído de DigitalManuscripts


domingo, 11 de março de 2012

O Homem Que Calculava



O Homem que Calculava conta as peripécias matemáticas resolvidas por Beremiz Samir, calculista persa, nos mostra uma infinidade de grandiosas soluções para problemas aparentemente insolúveis aos pobre mortais como nós. Evidentemente, é um livro de ficção e as resoluções do calculista são fabulosas e impossíveis a um ser humano normal, mas dentro do enredo do livro você fica abismado com a forma valiosa com que a matemática e a geometria vão sendo sabiamente usadas pelo Homem de Calculava para a solução das mais incríveis questões. O livro é ainda recheado de informações, histórias e curiosidades sobre a matemática, dessa forma, aproveite e boa leitura.



(O link para download encontra-se na seção ARQUIVOS PARA DOWNLOAD)

O Mundo Assombrado Pelos Demônios




Carl Sagan, astrônomo de renome internacional, discorre de maneira clara e objetiva sobre o obscurantismo que várias crenças atuais e remotas trazem sobre o ser humano. Direcionado a leigos e cientistas, a linguagem não é complexa e através de exemplos como as aparições de santos para jovens europeus eas abduções de pessoas por extraterrestres, o autor critica, através do seu conhecimento em várias áreas da ciência, a ênfase que a mídia e as pessoas que não são familiares ao método científico dão a fenômenos paranormais.
A crítica é bastante incisiva, principalmente aos tablóides especializados em ETs, psicólogos e psicanalistas que aceitam as histórias fantásticas de seus pacientes como verdadeiras, partindo do princípio de que se eles têm um problema, devem ser ouvidos e sua história deve ter fundamento. Algumas histórias são valorizadas pelos especialistas, tornando a alucinação destas pessoas, a mais real possível, afinal, agora, tem o apoio de um profissional dos problemas mentais.
Carl Sagan explica cientificamente, o por que, por exemplo, que a esmagadora maioria dos fantasmas, espíritos e ETs só aparecem à noite e normalmente, nos momentos de transição entre a vigília e o sono. É interessante o fato de o autor encontrar semelhança entre as aparições de ETs, santos, fantasmas, espíritos e santos que choram ou curas paranormais. Mostra claramente com nomes, inclusive, como a polêmica dos sinais nas plantações, supostamente provocados por discos voadores. Relaciona os fenõmenos mais famosos de aparecimento de discos voadores nos EUA com o comportamento das autoridades, da imprensa especializada ou não e da população. 
O livro se torna muito interessante a partir do momento que esclarece diversos medos humanos em relação a estas supostas entidades paranormais. Um exemplo a ser destacado é o famoso sonho que a maioria das pessoas já deve ter vivenciado, o sonho de cair de algum lugar alto e acordar segurando na cama. A explicação científica é simples: evoluímos das árvores para o chão. Quando dormíamos nos galhos das árvores e o chão era cheio de predadores,escapavam aqueles que acordavam assustados, antes da queda, logo esta capacidade foi passada hereditariamente por nossos ancestrais que sobreviveram. Outro fato interessante explicado por Sagan é o medo do escuro que a maioria das crianças apresentam. Quando vivíamos em bando dentro das cavernas ou em outros abrigos, as crianças cresciam dormindo sempre junto a muitos adultos, como a civilização é muito recente, as crianças ainda não se adaptaram a dormirem no escuro em quartos isolados dos seus pais. O livro tenta mostrar a ciência como uma chama na escuridão vivida por algumas pessoas que se apegam e valorizam muito estes medos antigos e mantidos pela mídia global.

(O link para download encontra-se na seção ARQUIVOS PARA DOWNLOAD)

A DANÇA DO UNIVERSO



O que aconteceu no momento da Criação? Houve um instante determinado em que o Universo que nos rodeia surgiu? Essas questões são tão antigas como a própria humanidade. Muitos procuram resposta nos mitos e na religião. Outros, nas teorias científicas. Em 'A dança do Universo', o físico brasileiro Marcelo Gleiser mostra em linguagem clara que esses dois enfoques não são tão distantes quanto imaginamos, apresentando versões de diversas culturas para o mistério da Criação, até desembocar na explicação da ciência moderna para a origem do Universo.


(Link para download a direita na seção ARQUIVOS PARA DOWNLOAD)